corpos sem órgãos
Excertos do texto de Carlos Camargos Mendonça Subjectividade e tecnologia: as novas máquinas produtoras de corpos: "Este artigo pretende refletir acerca da ampliação do entrelaçamento entre o humano e a máquina...: (no domínio do cinema e das experimentações artísticas), entregue ao jogo das aparências e da simulação das identidades nos chats e salas de conversação, conectado a próteses artificiais… As tecnologias não inauguram simplesmente um corpo imaginário, desejado, elas nos proporcionam um corpo até então não imaginado: o cibercorpo... Paul Virilio dedica um capítulo de seu livro A Arte do Motor à discussão da relação entre os novos dispositivos tecnológicos e o corpo físico natural... A título de ilustração sobre os perceptos e afetos mutantes, desencadeados pelas hibridações entre os corpos e as máquinas, podemos nos lembrar do filme Matrix. Nessa obra, a vida é uma ilusão produzida por dispositivos tecnológicos operados por um grupo de inteligências artificiais que se rebelou contra os humanos. (...) Identificamos aí um tipo de Corpo sem Órgãos (CsO). Deleuze e Guattari definem o Corpo sem Órgãos - CsO, do seguinte modo: Um CsO é feito de tal maneira que ele só pode ser ocupado, povoado por intensidades. Somente as intensidades passam e circulam. Mas o CsO não é uma cena, um lugar, nem mesmo um suporte onde aconteceria algo. (DELEUZE e GUATTARI.1996:13) ...Quando em um chat fóruns on line que funcionam em tempo real, o sujeito muda seus componentes identitários, ele produz um corpo ilusório, não somente para si mesmo, mas para estabelecer um contato com o outro. A própria atitude, seja ela produzida no ciberespaço ou sobre o corpo físico, não é o sintoma de uma subjetividade narcísica e solipsista, mas, paradoxalmente, signo de um narcisismo…”
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home